sábado, julho 01, 2006

Mágoa cortante


A cada dia que você me limita com pessimismos, eu dou um passo a frente. A cada dificuldade inventada, caminho com mais força que antes. Me dói ter que ir de encontro a você todas as vezes que necessito crescer. Você parece querer me limitar. E não vejo uma razão plausível para isso. E é o que mais faz doer, a razão de tantas lágrimas. Preciso tanto de tuas mãos e o que encontro é o gelo de tuas costas ao meu olhar. Preciso de tuas palavras mansas e me deparo com a rispidez delas. Me deixa crescer, me dá a confiança que falta, investe em mim. Me faz sorrir com teu apoio, me faz vibrar de emoção, faz meus olhos brilharem por te ver sentindo o que sinto.
Chrystiane Guedes

sexta-feira, junho 30, 2006

Sobre clichês e outros lugares-comuns (ou nem tão comuns assim).


Desculpe-me pela demora. É que ando feliz demais para escrever. E a felicidade, tal qual a tristeza, é muitas vezes como um nó na garganta. As palavras, de súbito, emudecem e o silêncio, diferentemente de outros tempos, quase flutua de tão leve. Não que não exista um milhão de coisas para te contar, há, ao contrário, tanto sobre o que falar nesses últimos meses. Na verdade, eu não queria te encher os ouvidos de clichês já tão gastos noutras bocas. Só que é difícil não socorrer-me de todos esses verbos batidos, especialmente quando eles se transformam, imperceptivelmente, em doces verdades - das quais não posso nem quero escapar. Eu poderia até mesmo citar dois ou três poemas daquele poeta chileno de quem tanto gosto ou poderia cantar uma das minhas músicas preferidas do Drexler ao pé do teu ouvido. E, ainda assim, eu não teria te contado quase nada sobre o que tem me acontecido recentemente. Então, eu poderia usar todas aquelas palavras grandes como para-sempre e nunca-mais ou todos os superlativos desse ou d'outro idioma qualquer. De repente, talvez, eu já não me importe tanto com a banalização daquela expressão que repito até perder o fôlego, nem me incomode mais a vontade de ser cafonamente feliz. Porque, embora vestida com todas essas cores que cegam de tão forte, a felicidade é mais do que bem-vinda num coração que batia vazio, ainda que sem perceber. Por isso, eu a deixei entrar sem me preocupar com tempo, medo ou porquês. Eu a deixei entrar enorme, intensa, absoluta. Mais do que isso: eu a abracei forte e lhe pedi que, por favor, não fosse embora. Não dessa vez. E, devo confessar, apesar de todos os maus passos, apesar de todas as palavras de dor e descrença vomitadas nas telas brancas de outras épocas, ainda me resta - e é isso que me move - a esperança de que será diferente. Porque diferente é também tudo o que sinto hoje. Diferente não somente por ser novo. Diferente, sobretudo, porque único. E o que o faz único é justamente essa certeza que me invade e me entorpece. A certeza de que, haja ou que houver, eu finalmente te encontrei, mesmo sem saber o quanto procurava. "E até quem me vê lendo o jornal na fila do pão sabe que eu te encontrei".
Déa (é linda!!!!!)
OBS.: Esse texto não é de minha autoria, mas ele expressa somente o tudo que eu gostaria que você, Paulo Raphael, soubesse).