quinta-feira, junho 01, 2006

Unificação das metades


O amor, essa raposa! Tão bom quando ambos amam e demonstram e se interessam pela vida do amado! Mas infelizmente nem sempre é assim. Muitos relacionamentos parecem ser pela metade. É muito comum existir casais onde apenas um se esforça para tudo dar certo. Essa pessoa sempre se interessa pela vida do amado, pelo seu trabalho, seus estudos, seu esporte, seus amigos, sua família, enfim, se interessa por tudo que tenha ligação com você. O outro, por fim, se sente muito bem com a situação, mas nunca pergunta sobre as angústias de seu parceiro, pelo trabalho, por nada que lhe diga respeito. Os anos passam e de repente, o parceiro sem atenção se cansa. E decide refazer sua vida. Mas como um passe de mágica o outro se dá conta de como era legal, de como tem sido duro ficar distante. E pelo desespero há promessa de mudanças que jamais serão cumpridas. E assim, pode ser que ocorra uma nova tentativa, ou que acabe tudo definitivamente. Depende do casal, do atencioso e do desatento. Prefiro dizer que o bom mesmo é o amor em que cabem os dois juntos, na unificação das metades.
Chrystiane Guedes

quarta-feira, maio 31, 2006

Além das palavras


É muito comum se observar discussões entre casais devido às diferenças de como amar. Cada um ama de uma forma, uns extremamente discretos outros estabanados. Uns carinhosos, outros frios. Uns palhaços, outros sérios. Essas extremidades entre casais acaba por gerar inseguranças, geralmente, nas pessoas mais abertas, extrovertidas e muito amorosas. Possuem uma certa necessidade de ouvir um: “eu te amo” ou “estou com saudades” ou “não vivo sem você” a cada dois segundos. Mas demonstrações de amor requer mais do que meras palavras, mais do que verbalização. O amor como sempre tão especial dá sinais óbvios aos mais desavisados. Na minha humilde opinião, ama quem tem interesse na sua vida, quem quer acima de tudo a sua felicidade, quem se preocupa quando você está cansado ou quando as coisas não dão certo. Ama quem sugere caminhos para melhorar, quem escuta suas dúvidas, quem lembra estórias contadas há tempos atrás. Ama quem tenta te conciliar com teus pais, irmãos ou amigos, quem fica triste quando você está triste e quem sorri por você sorrir. Ama quem perdoa e não quem transforma em mágoa. Ama quem abre espaço para o diálogo. Ama quem se sente inteiro, se sente aceito, valorizado. Ama quem pode conversar sobre qualquer assunto, onde tudo pode ser dito e compreendido. E diante de todos esses sinais, um "eu te amo" não significa nada.
Chrystiane Guedes

domingo, maio 28, 2006

A magia do diálogo


É sempre assim, em qualquer lugar que entremos ou freqüentemos, nos deparamos com frases do tipo: “não toque”, “não mexa”. Se não posso tocar tudo bem, tenho que respeitar. Mas isso não se limita a objetos materiais, vai muito mais além. É assim entre homens e mulheres, amigos, pais e filhos, para não haver mágoa, melhor não tocar em certos assuntos. É preferível o silêncio para evitar a mágoa ao diálogo para resolução da questão. Não sei a razão das palavras incomodarem tanto. Qual a razão de não tocar em um assuntos de dez anos atrás? Por que não conversar sobre a morte de entes queridos? Por que não tentamos juntos entender a razão de você estar bebendo desse jeito? Ou de estar tão triste? Por que você não pode se abrir e dizer o que te pertubou tanto na infância? É necessário sempre se manter um passo atrás, não chegue muito perto, não acerque-se de meus traumas, não invada meus mistérios, não atrite-se com o meu passado, não tente entender nada: é proibido tocar no sagrado de cada um. Pena que esse sagrado acaba por afastar as pessoas que mais se amam. E acaba sempre assim: não tocar, não mexer, não falar, para que possa durar por muito tempo. Muito embora, vale ressaltar que, antes ter uma alta afinidade e intensidade do que durabilidade.
Chrystiane Guedes