Eternamente romântica

Romantismo não deve ser confundido com frivolidade, óculos cor de rosa, fuga da realidade.

Para mim é a capacidade de viver algum tipo de encantamento, de ver coisas positivas e boas, de valorizar relações humanas que significam ternura, carinho, cuidado, estímulo.

Sem um grão de romantismo penso que a vida seria cor de cinza, sem graça, tediosa, os relacionamentos frios ou grosseiros.

Existe romantismo não só no amor, mas até no observar uma criança que brinca, ao apreciar uma bela obra de arte, ao reunir a família, ao rir com os amigos, ao ver um pôr-de-sol maravilhoso e se emocionar.

Romantismo talvez no fundo seja isso: a capacidade de se emocionar.
Chrystiane Guedes

OBS.: Em homenagem à Marguinha, grande amiga. Que me chama de Julieta, pelo meu pequeno grau de romantismo.

Precisei estar longe

Consegui parar. Não meu corpo, mas minha mente, meus pensamentos. Consegui, pelo menos por esses minutos que me encontro de frente ao computador. Só consigo pensar nas milhões de microscópicas coisinhas altamente significativas que andam acontecendo.
Tudo andava me fazendo muita falta.
Passei um tempo longe, não só fisicamente mas emotivamente de muitas pessoas que amo. “Não tinha tempo”...Não sei ao certo como devo classificar, mas me encontrava bastante ocupada.
Na verdade, para mim não existe : “não tenho tempo”. Seria bem mais sincero dizer: “Não é minha prioridade.” No momento, que PRECISEI estar longe, minha prioridade maior tinha outros direcionamentos.
Hoje, estou novamente em casa. Ficaria distante quantas vezes necessitasse. Mas HOJE, estou novamente em casa. Perto de meus pais, do meu grande amor e dos meus amigos- família que pude escolher.
Estava tão distante de tudo que andava acontecendo na vida deles que me sentia vazia.
Não faço questão alguma de me dar bem com ninguém. Mas faço questão de amar.
Quando coloquei minhas malas em casa não sabia bem por onde começar. Não sabia para que ciclo de amigos, ou para que membro de minha família eu telefonaria. Não sabia se dormia pelo cansaço acumulado, ou se ficava o máximo tempo possível acordada perto de quem amo.
Eu simplesmente, pela primeira vez, me vi completamente perdida, sem saber por onde começar.
E sem saber, comecei. Liguei para quem pude, visitei, abracei, beijei, disse que amava. Aquilo tudo me fazia tão bem que me gritou aos olhos o quanto me faz falta quem amo.
Não um amor possessivo. Mas um amor, amor. Um amor afim. Amor real.
Passei madrugadas inteiras, cafés da manhã, compras, conversas, almoços, jantares, churrascos com meus amigos. E agora posso afirmar de coração o bem que me fazem.
Hoje posso assistir 3 filmes seguidos com Paulinho, posso beijá-lo até adormecermos. Posso tê-lo no meu colo, por horas a fio fazendo cafuné, sem me cansar. Posso simplesmente, telefonar e dizer: “Amor, que saudade. Vem para cá.” E ele realmente poder vir.
Tudo é tão forte que nem nós mesmos, nem se quiséssemos, conseguiríamos destruir a fortaleza de amor que criamos. Hoje, posso fazer o tudo que me basta no momento. Mas um dia precisei estar fora. Para hoje poder olhar e valorizar ainda mais quem e o que mais amo na vida.

Chrystiane Guedes